terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aprendi com os anos a não tomar as dores dos outros, mas as dores dos amigos, essas não consigo evitar. Custa-me sempre horrores ver alguém que gosto a passar um mau bocado, seja em questões de simples resolução ou em grandes problemas. Opino muito mas sou pouco interventiva, no entanto sou a primeira a chegar se for necessário lamber feridas.

Procuro sempre mil resoluções para os problemas antes de proferir a frase “nada mais há a fazer”, acredito sempre em soluções, alternativas para contornar os problemas, gosto de ter discernimento e prefiro sempre avaliar as situações com uma visão alargada e abrangente. 

Gosto de ser racional, gosto da maneira prática como avalio as situações, não procuro abafar os meus problemas nem florear os mesmos, prefiro as coisas claras e evidentes, se um problema existe não o ignoro nem gosto de o colorir.

Dos meus maiores defeitos consta a minha pouca, ou quase nula, capacidade de dar grandes passos – precisava urgentemente de corrigir este defeito. Mas adoro o meu lado prático, gosto de ser uma mulher de pensamentos simplex.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vejo-te crescer a cada dia que passa. Quando te trouxe para casa trocava-te a fralda em cima do puff do sofá, hoje as tuas perninhas são maiores que o puff. A roupa deixa de te servir de um dia para o outro, já vestes tamanho 9-12 meses, os sapatinhos que eu achei que ias demorar uma eternidade a calçar, hoje já te ficam à medida.

Já gatinhas, corres a casa toda, rastejas quando estás cansada, já te agarras aos móveis e sofás, já queres andar mas as tuas perninhas ainda não obedecem.

Passeamos muito durante o dia, adoras ir ao parque ver os outros meninos, ficas uma eternidade a olhar para eles e eu adorava saber o que vai dentro da tua cabecinha quando os olhas tão fixamente.

Passas o dia a gritar, dás gargalhadas quando te peço para não gritares, é como se me estivesses a compreender e o meu desespero te fizesse rir.

Quero-te assim pequenina durante muitos anos, quero que continues a encostar a tua cabeça ao meu peito, quero continuar a dar-te beijinhos de esquimó, quero continuar a sentir os teus braços pequeninos à volta do meu pescoço.

Demora muito a crescer, gosto de ti assim pequenina, filhota.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ser homem é uma arte.

E digo eu do alto da minha sabedoria: Não há nada pior na vida do que ter um homem inútil em casa.

Eu sou à moda antiga, não entro cá nessas coisas de igualdades de direitos. É certo que não gosto de neandertais, mas também é certo que gosto deles com H grande.

Ora, um homem quer-se homem em todas as tarefas que desempenha, mas um homem tem de ser homem principalmente naquelas coisas em que uma mulher não tem de ser homem. Um homem tem de ter um berbequim e, obviamente, tem de ter brocas para o berbequim, um homem com um berbequim sem brocas é um meio-homem, e as mulheres de verdade não gostam cá de meios-homens.

Um homem deve saber manusear na perfeição um martelo, mudar uma lâmpada e, de preferência, antes de chamar o técnico de esquentadores, deve pelo menos saber que um esquentador leva pilha, deve saber mudar a pilha, no fundo deve evitar pagar €60 a um gajo que só lá vai a casa para se rir dele.

Num carro, o homem deve saber distinguir o depósito da água do depósito do óleo. Deve saber que quando os avisadores do carro dão sinal, é falta de travões e não uma gaja boa que vai na rua a assobiar para eles.

Um homem de verdade, deve ter gosto por saber representar o seu papel de homem, parecendo que não, ou achando eles que não, uma mulher de verdade dá valor a estes pormenores.

Posto isto, sugiro um livrinho muito agradável e que me fez dar umas valentes gargalhadas:

Confesso que volta e meia há crianças que despertam em mim instintos selvagens, daqueles tão selvagens que era capaz de largar tudo e dar-lhes uma tareia tão grande, mas tão grande, que os olhinhos lhes saiam da órbita.

Hoje no parque, durante um passeio com a Matilde, vejo dois miúdos brancos a massacrarem um menino preto. Inicialmente pensei que era brincadeira, mas depois percebi que se tratava de puro racismo. Grave é esta cena ter acontecido com crianças de 6/7 anos. A falta de valores e princípios logo na infância é uma coisa que me aflige.

Puxavam o cabelo ao miúdo, chamavam-lhe preto, sujo, porco, e tantas outras atrocidades.

Eu que sou mulher de fígado muito pouco tolerante, levantei-me do banco onde estava sentada e sacudi aqueles dois vermes brancos. Corri com eles. Arrgghhh!!!!

Estive uns 15 minutos com o miúdo ali, sentado ao meu lado no banco, a tentar acalmar a criança, limpei-lhe os olhitos chorosos, o nariz, e ele lá acabou por se distrair com a Matilde.

Que pais de merda, que gente desprezível que educa assim os filhos.

Mais grave é não ser a primeira vez que vejo aqueles dois vermes no parque de volta dos miúdos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não é por nenhum motivo em especial, é só porque às vezes faz falta. Acordo assim, meio zonza. Na verdade há vários dias que acordo assim, zonza. Olho-me ao espelho e vejo que alguma coisa está errada, na verdade várias coisas estão erradas, mas há umas mais evidentes que outras. As gajas têm tendência a dramatizar.

Agarro na pinça e arranjo as sobrancelhas. Trato dos pés - pintei as unhas. Aproveitei e arranjei as mãos, também pintei as unhas das mãos. Na quarta-feira passada pintei o cabelo, a cor é gira, eu gosto.

Não fossem as dores de barriga e estava capaz de me sentir deslumbrante.

Há muito que deixei de ter vontade de me sentir bonita, mas às vezes faz falta uma gaja não se esquecer que é gaja, só para não nos esquecermos de nós mesmas, só para não nos sentirmos um bocadinho ainda mais mortas. Mas, se puder optar, na próxima encarnação quero nascer com pila, ter uma pila facilita tudo, e não, não estou só a falar de fazer chichi de pé...

domingo, 21 de agosto de 2011

Muito longe de ser uma história de amor tradicional, muito longe de ser a história de amor que alguém deseje viver, “Travessuras da Menina Má” é um livro arrebatador, soberbo, bem escrito e com uma narrativa envolvente.

Segue-se:

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Tenho dores no corpo, muitas dores. Tenho dores nos ossos, daquelas dores agudas que ficam ali a moer o dia todo. Todos os dias tenho de fazer um enorme esforço para me conseguir levantar, a dor ao fundo da coluna é insuportável, há dias em que me apetece chorar aquela dor até ela desaparecer. Tenho dores nos pés e nas pernas. Os meus braços estão cansados e a minha paciência está exausta.

Dei por mim já uma meia dúzia de vezes a gritar com a minha filha, ela grita e eu grito. Dou por mim a cometer erros em cima de erros. Ninguém normal grita com os filhos e eu gritei.

Já mal tenho forças para falar, dou por mim a construir frases sem nexo, passo os dias sem falar com gente adulta. Precisava de respirar um ar que ninguém mais respirasse, precisava de 2 ou 3 dias de isolamento profundo. Precisava de acabar o livro que estou a ler há mais de 8 dias e que só consigo ler 1 folha por dia.

E lá vou eu a caminho de 8 meses de Matilde sem uma pausa de 5 minutos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Dou uma importância relativa às coisas, trato as coisas materiais como coisas materiais, o dinheiro como dinheiro, os animais como animais e as pessoas como pessoas, não gosto nunca de deixar de me lembrar da ordem das coisas nem da importância de cada uma, não gosto de excessos em nada, não gosto de gostar de nada exageradamente, o amor que depositamos nas coisas quer-se equilibrado e não forçado.

Cansam-me as excessivas solidariedades.
De repente todos amam, cuidam e preocupam-se desmedidamente com os animais que vivem em associações, espalham correntes de amizade pela Web fora, e às tantas, sem darem conta, tornam-se cansativos. Eu que não tenho nem gato nem cão, nem periquito nem peixinho, sinto-me uma malvada.
A tarefa destes “lavadores cerebrais” tem dias em que é bem conseguida. Há dias em que estou mais sensível e aquelas longas missivas dos simpatizantes/amigos/militantes do PAN assentam-me como uma luva, e dá-me uma enorme vontade de ir a correr à Liga Protectora dos Animais buscar um cão, não por vontade de o fazer, mas só para não me sentir uma “sem-cão”, uma culpada.

Mas atenção, eu gosto muito de animais, muito mesmo, mas detesto que me impinjam coisas, portanto, jamais seria pessoa para adoptar um cão impingido. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Era um senhor brasileiro, extremamente educado, sem muitos conhecimentos daquilo a que se propôs fazer. No decorrer da conversa percebi tratar-se de um homem com um emprego precário, ganha à comissão e trabalha a recibos verdes. Disse-me que era doente, sofre de artrite. Devia ter necessidade de o dizer a todos os clientes, era uma forma de justificar as mãos deformadas pela doença.


Corta-me o coração ver gente da idade do meu pai a lutar assim pela vida. Gente com 60 anos devia ter estabilidade na vida. 
Deve ser pavoroso perceber que os sonhos que trouxemos quando atravessámos o Atlântico nunca se vão concretizar, e acabamos assim, numa dependência bancária em situação precária.


Vou abrir uma conta para mim, as contas não têm despesas de manutenção, as anuidades dos cartões são gratuitas e o senhor brasileiro ganha à comissão.


A vida é puta, não para todos, é certo, mas para alguns é muito puta.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A manifestação que não é manifestação.

Sou a favor de manifestações com fundamento. Uma manifestação é um acto saudável de fazermos valer a nossa posição sobre um assunto que não aceitamos ou que não nos satisfaz, é um protesto.

Não sou a favor de grupos organizados de vândalos, de miúdos estúpidos que não sabem por que causa lutam, lutam simplesmente para espalhar o pânico, o terror e a destruição numa cidade. Perderam o sentido daquilo que os levava a manifestarem-se e resolveram simplesmente espalhar o terror.

O que se esta a passar em Inglaterra, não é mais do que um acto de selvajaria de um grupo organizado de delinquentes com as hormonas aos saltos. Com mil e uma maneiras de extravasarem a energia que os consome, por exemplo, podiam bater com a cabeça na parede, podiam entalar os dedos numa porta, podiam furar o cérebro com um berbequim, mas não, optam pelo lado mais fácil, destruir um país lindo e maravilhoso, com um enorme valor cultural que vive maioritariamente do turismo e da sua beleza, e fazem-no exactamente por... nada.
Na América do Sul nascem escritores arrebatadores. As primeiras páginas de um livro são determinantes para um escritor me conquistar. Todos os escritores sul-americanos que li até hoje conquistaram-me nas primeiras páginas, não me recordo de nenhum que não o tivesse conseguido.
Gabriel García Márquez está no top dos meus favoritos, a ele já juntei Isabel Allende.

"Travessuras da Menina Má" é o que se segue.


domingo, 7 de agosto de 2011

“O Ladrão de Sombras”

A forma mais bonita que vi até hoje de iniciar um livro:

«Sabes, o amor é aquilo de que mais necessitamos, é a imaginação. É preciso que cada um de nós invente o outro com toda a sua imaginação, com todas as suas forças, e que não ceda um palmo de terra à realidade; nessa altura, quando duas imaginações se encontram…não há nada mais belo.»
- Romain Gary


Sinto mesmo que não há comparação possível entre os dois programas. Não querendo correr o risco de emitir juízos sobre quem não conheço, mas olhando para as evidências, acho que dá para concluir que o nível dos treinadores do Biggest Loser não é o mesmo dos treinadores do Peso Pesado. Os resultados finais falam por si.

Obviamente que a determinação e força de vontade dos concorrentes também é imprescindível para o sucesso da coisa, mas metade do processo envolve uma ajuda psicológica superior e não encontrei esse auxilio no Peso Pesado, antes pelo contrário, conseguiram logo no primeiro episódio tirar a dignidade toda ao programa.
É uma pena, tinha tudo para ter sido um excelente programa.

Mas vale-me a sorte de ter começado um novo Biggest Loser. Adoro o formato do programa, adoro a ausência de lamechice e adoro o suor que pinga naquelas passadeiras, dá-me logo vontade de dar abracinhos à minha passadeira :)

sábado, 6 de agosto de 2011

Lembro-me de ter ido ao Avante pela primeira vez com 4 anos, o pai comprou-me um livro dos Estrumpfes e o Álvaro Cunhal pegou-me ao colo.
Lembro-me perfeitamente bem do sítio onde o pai me comprou o livro e lembro-me perfeitamente bem de estar no colo do Cunhal.
Aos 31 anos conseguir identificar com tanta clareza um sítio e um momento vivido com 4 anos de idade, devia fazer de mim comunista, não?
Muito honestamente não consigo imaginar nada mais fútil, bimbo, pobrezinho, doentio e deprimente do que uma gaja tirar fotografias à roupa que veste e espetar as fotos num blogue.

Esperar que alguém comente o que vestimos, esperar que alguém dê conta que estamos a calçar uns Louboutin, esperar que alguém nos valorize em função do que vestimos é profundamente triste.

A falta de confiança em nós próprios, a necessidade de ter alguém a dar-nos valor, mesmo que seja por coisas supérfluas e fúteis, é sinónimo de uma qualquer descompensação.

A necessidade de ter alguém do outro lado a valorizar coisas nossas que não têm qualquer valor cultural, social ou educativo, é absolutamente preocupante.
Estou em crer que é em situações como esta que nascem as depressões, a esquizofrenia e a bipolaridade.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A única coisa na vida que me deixa a carpir durante 1 mês seguido é gastar dinheiro em coisas invisíveis.
€90 para arranjar a máquina de costura. €90!!
Olho para a factura e vejo que gastei €40 em peças e €50 em mão-de-obra.  Filhos de uma meretriz, chulos de merd@. €50 em mão-de-obra??? Vão fecundar a vossa mãe!

Vou ao dentista e desembolso mais €80 na desvitalização de um dente. A Médis é uma put@, as seguradoras são todas umas prostitutas. Ando a pagar todos os meses uma mensalidade àqueles filhos da outra senhora e quando vou ao dentista ainda tenho de pagar €80 para desvitalizar um dente.

Vão todos para a grande put@ que os pariu.

No regresso a casa, uma das luzes do painel do carro resolve acender. As luzes dos carros NOVOS não acendem!
Parei o carro, respirei fundo, gritei, roguei pragas ao mundo, jurei-lhe que o mandava abater sem dó nem piedade, disse-lhe que o vendia a um cigano e que ia virar carro de carga. Voltei a ligar o carro e a luz apagou.
Pronto, menos mal.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dificilmente chegarei longe na vida, primeiro porque a idade já não ajuda lá grande coisa, segundo porque sou pouco ambiciosa.
Eu acho tudo grande. Um carro modesto para mim é um grande carro, uma casa com 3 quartos para mim é uma grande casa, um ordenado razoável para mim é um grande ordenado.

O "muito" é relativo, e é mesmo bom sentir que o pouco que tenho é muito, vivo mais feliz assim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quero muito que cresças porque tenho um mundo de amor para te dar. Quero muito dizer-te que és o melhor do meu mundo e que nada se compara a ti. Quero que saibas que és o meu orgulho - serás sempre.
Quero muito que sintas o meu amor de mãe, quero que nunca desistas de ti, quero que contes sempre comigo. Quero ser o teu porto de abrigo e aquela a quem recorres nas aflições.
Quero que um dia me recordes de maneira bonita, que digas a quem te rodeia que tens a melhor mãe do mundo, mesmo que a mãe perfeita não exista.
Quero saber-te feliz e realizada, quero contribuir para a tua felicidade. Quero que sintas amor nos meus abraços, quero que sintas verdade nas minhas palavras – elas serão sempre verdadeiras.
Quero brincar contigo, quero dar-te o meu tempo, quero que sintas que o meu tempo é o teu tempo. Se precisares da minha mão eu dou-te os meus braços, se precisares de um abraço eu dou-te o meu corpo.
Quero ser tua mãe, tua amiga e tua companheira.
Quero ser para ti tudo aquilo que não foram para mim.