segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tenho uma simpática relação com tachos e uma péssima relação com todas as outras tarefas domésticas. Não gosto de nada. Não gosto de limpar o pó, de fazer a cama, estender roupa, lavar o chão. Detesto tudo. Tudo o que faço dentro de casa é feito por obrigação e não por prazer. Ora, eu assumo tudo o que me dá prazer, assim como assumo tudo aquilo que não gosto.

O dia da independência aconteceu quando a empregada entrou pela primeira vez cá em casa. Senti que podia deixar de odiar o pano do pó porque não teria mais de me cruzar com ele, nesse dia resolvi dar tréguas à minha falta de amor pelas tarefas domésticas, e desde que a empregada chegou cá a casa sinto que a minha relação com o lar melhorou substancialmente.

Tenho uma certa tendência ao exagero, sofro de exagero na arrumação e na limpeza. A minha casa está com o feng shui completamente desnorteado, neste momento não tenho casa, tenho antes um campo de batalha dirigido com uma bebé de 6 meses. Temo que nos próximos anos não irei recuperar o feng shui da casa.

Compenso esta falta de amor pelas tarefas domésticas com o amor pelos tachos.
Eu amo a minha cozinha, amo as minhas panelas e os meus tachos. Jamais teria uma Bimby, a Bimby iria funcionar como um amante dentro de uma relação, iria estragar o meu amor pelos tachos, e eu não quero que esse amor acabe.
Não gosto de coisas rápidas, não gosto de fazer o jantar a correr, não gosto de não dar tempo ao amor apurar. Quem cozinha com o coração junta o ingrediente do amor à comida. 
Cozinhar é uma arte, e um dia eu vou ter uma cozinha com vista para o mar e vou ser uma Nigella da vida. Um dia vou cozinhar para 5 filhos e vou contratar a empregada a tempo inteiro. 
Nesse dia é que vai ser! ui ui!

4 comentários:

  1. tambem nao percebo a moda da Bimby...nada como cozinhar lentamente e apreciar todo o processo!

    ResponderEliminar
  2. Eu costumo comparar a Bimby aos carros com mudanças automáticas e cruise-control. Tiram toda a piada ao prazer que se tem, seja a cozinhar ou a conduzir...
    Se bem que eu gosto de cozinhar, mas quando se torna uma obrigação, começo a desejar estalar os dedos e pufft: comida pronta sem trabalho nenhum!

    ResponderEliminar
  3. Que mania de dizerem mal da Bimby. Ela é apenas um tacho-ferrari e, o que tem mais graça, é que quem ama cozinhar, usa muito mais a Bimby, do que quem odeia. É um braço direito e esquerdo de um bom cozinheiro.
    Eu também dizia mal dos telemóveis, quando eles apareceram e dizia mal da internet e dizia mal dos carros sem mudanças, até ter conduzido um numa fila interminável de trânsito.

    ResponderEliminar
  4. ai ai...mesmo assim a Ana C. nao me convence... talvez um dia, quem sabe!

    ResponderEliminar