Irritam-me solenemente as distinções entre classes sociais, sempre me irritaram. Nunca vivi num bairro rico, antes pelo contrário. Fui criada no meio de brancos e pretos, no meio de gente pobre e gente remediada. A minha realidade era só uma – éramos todos iguais.
Não tendo pais ricos percebi rapidamente que tinha de me fazer à vida. Construí a minha personalidade e criei as minhas defesas, instrui-me o melhor que pude, ainda hoje continuo essa instrução. Escolhi as minhas amizades e os meus relacionamentos. Nem sempre tendo tido relações “funcionais”, ficou-me pelo menos a certeza de ter escolhido para a minha vida sempre gente intelectualmente compatível comigo.
Não volto a aceitar na minha vida alguém que me magoou, não tenho respeito por gente que me desrespeitou. Tenho uma enorme capacidade de amar, consigo amar sem reservas, mas não consigo perdoar com facilidade. Não nasci definitivamente para ser burra.
Já vivi bem, depois vivi mal e depois novamente bem. Já passei uma fase na minha vida que não tinha dinheiro para ir ao supermercado, não me orgulho de ter sido orgulhosa, hoje, a ser preciso, pediria ajuda. Já passei uma fase de excentricidade, já vivi experiências únicas, mas para minha grande felicidade e orgulho nunca deixei de ser a pessoa idónea, honesta e leal que sempre fui.
Poucos poderão dizer o mesmo de si próprios...
ResponderEliminarquem pode orgulhar-se do que é, não precisa de comprar nada para se orgulhar.
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