quarta-feira, 20 de julho de 2011

Eu nunca fui de bonecas. Aos 10 anos tive o meu primeiro skate, aos 11 mudei-lhe os rolamentos, aos 12 já fazia rampas e saltos. Não era uma miúda encantadora. Na verdade ainda hoje penso que alguns dos miúdos que brincavam comigo na altura nunca se aperceberam que eu era rapariga. Aos 13 jogava futebol melhor que muitos rapazes. Aos 14 recebi uns rolamentos internacionais para o skate – nesse dia chorei de alegria.

Não percebia muito de Barbies, mas era craque em mecânica. O pai metia-me a ler revistas de mecânica, por isso hoje, sei mudar o óleo a um carro, mudar pneus, sei identificar problemas nos carros pelo barulho do motor, sei mudar velas, travões… comecei a conduzir aos 12 anos.

Em casa nunca aprendi a bordar nem a fazer trapinhos para as bonecas, em contrapartida aprendi a mudar torneiras, furar paredes, mudar lâmpadas, aprendi ainda coisas básicas de electricidade.

A mãe ficou feliz no dia em que eu lhe disse que gostava de desenhar, e encontrou paz no dia em que me viu pela primeira vez de olhos pintados.
Mas vá, a verdade é mesmo só uma, eu sou a gaja mais desenrascada que eu conheço.

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